Os perigos do uso de medicamentos para emagrecer.
Do mesmo modo, que a obesidade demora para aparecer, o seu tratamento também exige tempo para a obtenção de resultados permanentes e que não comprometam à saúde.
Por não compreenderem esse processo de perda lenta de peso e desejarem uma solução rápida e fácil para o problema, algumas pessoas acabam fazendo uso de medicamentos, importando-se apenas com a perda de peso e não se dando conta das conseqüências do uso inapropriado de tais substâncias.
Como todo medicamento, os utilizados no tratamento da obesidade também devem ter a indicação e a supervisão de um profissional especializado, não devendo ser usados indiscriminadamente, mesmo porque o tratamento medicamentoso da obesidade somente é recomendado em casos especiais como, por exemplo, quando a obesidade está associada a outras doenças (hipertensão arterial, diabetes mellitus, doenças cardiovasculares, colesterol sangüíneo elevado).
Além disso, é bom ressaltar que os resultados só serão satisfatórios e definitivos, se houver a associação do medicamento com planejamento alimentar e exercício físico.
Caso contrário, a tendência é voltar ao peso antigo, com a suspensão do uso.
Quem quer realmente emagrecer deve ter em mente que a luta contra a obesidade implica em superar as dificuldades, não permitindo que os empecilhos acarretem em desânimo e falta de motivação.
Os obstáculos não podem fazer da perda de peso uma meta inatingível.
A disciplina, a força de vontade e a determinação devem estar sempre presentes para que o objetivo tão esperado, de conseguir chegar no peso desejado, seja alcançado.
Para quem está seguindo um planejamento alimentar com o intuito de perder peso, resistir a um doce oferecido por um amigo ou a uma pizza com a família no final de semana parece uma tarefa árdua.
No entanto, é importante saber que a restrição é por tempo limitado até a meta ser atingida.
A partir daí, o consumo poderá voltar ao normal, desde que a pessoa tenha aprendido a se satisfazer sem precisar mais exagerar na quantidade.
Abaixo, estão relacionados os tipos de medicamentos mais utilizados no tratamento da obesidade, divididos por categorias, de acordo com a ação no organismo e os efeitos colaterais por eles causados, para você ficar informado sobre o assunto.
Categorias e Locais de ação
Princípios Ativos
Nomes comerciais
Ação no organismo
Efeitos Colaterais e Desvantagens
Anorexígenos (sistema nervoso central)
Anfepramona, Mazindol, Fentermina, Femproporex, Sibutramina
Faustium, Absten, Inobesin, Reductil, Plenty
Diminuição do apetite
Irritação, insônia, ansiedade, taquicardia, dor de cabeça, dependência
Sacienógenos (sistema nervoso central)
Sibutramina
Reductil, Plenty
Aumento da saciedade
Diarréia, micção excessiva, boca seca, sonolência
Termogênicos (ação sistêmica, em vários locais do organismo)
Hormônios da Tireóide, Cafeína, Efedrina, Fenilpropanolamina
Tiratricol
Elevação do gasto energético
Sudorese, taquicardia, perda muscular, complicações cardíacas
Inibidores de lipase(ação localizada, no intestino)
Orlistat
Xenical
Redução na absorção de gorduras
incontinência fecal, evacuações gordurosas, deficiência de vitaminas lipossolúveis (A, D, E, K)
Uma outra categoria de medicamentos para emagrecer são as fórmulas de manipulação.
Essas fórmulas consistem numa mistura de substâncias ditas "naturais", passando a falsa idéia de serem inócuas ao organismo. Alguns exemplos de tais componentes são: anfetaminas, diuréticos, laxativos, ansiolíticos (remédios que diminuem a ansiedade) e hormônios da tireóide.
A promessa de emagrecimento, sem a alteração dos hábitos alimentares faz com que muitas pessoas adquiram esses produtos achando terem encontrado a solução para o problema do excesso de peso.
Contudo, desconhecem que com a interrupção do seu uso freqüentemente ocorre à volta ao peso antigo, de forma rápida, caracterizando o famoso e prejudicial efeito "sanfona", além da presença comum de desidratação, irritação e sonolência como principais efeitos colaterais.
A mudança comportamental é a chave para a manutenção do peso! O uso de medicamentos, apesar de aparentemente ser eficaz no início promovendo uma perda rápida de peso, acaba na maioria das vezes permitindo um retorno ao peso anterior assim que é interrompido a sua utilização pois, não é capaz de modificar os erros alimentares instituindo hábitos saudáveis na alimentação.
Isso sem contar os efeitos colaterais que normalmente estão presentes.
Mesmo para os casos em que os medicamentos são indicados e necessários, como os já citados anteriormente, a ação conjunta da educação alimentar e da atividade física é imprescindível para o sucesso do tratamento.
Em se tratando de obesidade, não existem fórmulas mágicas nem soluções imediatas e fáceis.
O indivíduo deve estar ciente que para conseguir um resultado duradouro e satisfatório à saúde, o mais indicado é uma mudança de comportamento com a correção de hábitos alimentares inadequados e o aumento do gasto energético, através do exercício físico.
Não há segredos no combate à obesidade, existe sim, um empenho permanente para superar todos os obstáculos encontrados e chegar na reta final, com um corpo esbelto e saudável!